Retirei a inspiração deste título de uma coluna da Revista Época, escrita por Ricardo Neves, que comenta sobre a nova onda de consulta feita pelos internautas, onde a referência é a pesquisa de doenças. Está sentindo uma dor nas costas, deu uma tossida diferente, sentiu uma tonteirinha, uma alergia apareceu do nada ou um exame de ultrassom deu um resultado que eu nunca li na minha vida… vamos procurar o DR. GOOGLE!
Confesso até que uma parte de nossos internautas chegam ao nosso site, após procurar algo sobre idoso, alzheimer, cuidados, cuidar de idosos, memória, Parkinson, disfagia, terceira idade, plano de saúde… nos sistemas de buscas. E o Google é o principal deles. Lá, praticamente, encontramos tudo que precisamos. Não é à toa que é a maior empresa de tecnologia de informação do mundo!
Aqui, no portal Cuidar de Idosos, temos como missão principal levar informação de qualidade sobre todos os aspectos do cuidado de idosos dependentes. Isto envolve, além de orientar e dar dicas para os familiares e cuidadores, falamos também sobre condições de saúde e sobre doenças. Desde a doença de Alzheimer, passando por problemas de maus tratos com idosos, doença de Parkinson, insônia, alimentação, etc.
Como dito na coluna da revista época, citada acima, a informação é o maior aliado de nossa saúde. Quanto maior o número de dados e melhor a qualidade da informação, melhor o cuidado com a nossa saúde e de nossos familiares. Isto também pode estar acessível em pesquisas pela internet, principalmente de fontes e sites confiáveis, tais como sites médicos, sites de grandes portais e sites de associações médicas.
Conheço dois casos que irão ilustrar muito bem o quanto DR. GOOGLE pode ajudar e o quanto pode atrapalhar, na busca de informações de cunho médico. Aqui mesmo no portal, recebemos uma pergunta sobre uma senhora que há menos de 20 dias tinha recebido o diagnóstico de Parkinson, com tremores nas mãos e desequilíbrio de postura. A saúde sempre fora muito boa e tudo aconteceu depois de uma crise de labirintite. A vizinha “passou” para ela um medicamento para labirintite, que realmente melhorou. Porém, ao continuar usando o mesmo medicamento, pensando em prevenir outras crises, apareceu um tremor que não tinha e ficou mais desequilibrada, caindo à toa. Foi ao posto de saúde e o clínico geral, numa rápida consulta, deu o diagnóstico de doença de Parkinson, mandando consultar o neurologista. Ela ficou apavaroda e pediu o neto para ver na internet o que era doença de Parkinson. Foi aí que recebemos esta história e solicitamos parar com o medicamento de labirintite (que pode ter estes efeitos colaterais de tremores) e consultar um bom neurologista.
A outra história foi vivenciada no consultório, onde uma idosa veio me procurar, preocupada com um exame de biópsia de estômago, cujo resultado dera uma gastrite com metaplasia de células… E ela, que tinha olhado no google seu significado, acabou caindo no Wikipédia (enciclopédia livre da internet), onde num texto que pouco entendeu, achou supostamente dois significados: adenocarcinoma e carcinoma. Procurou o significado de ambos e deparou com a palavra CÂNCER. Foi o fim. Seu mundo caiu!
Perguntei por que não voltou ao médico que pedira a endoscopia, para conversar sobre o resultado da biópsia. Ela me disse: ” Minha consulta não durou nem 10 minutos. Só falei que estava com azia e ele nem me examinou. Pediu a endoscopia e logo me dispensou. Doutor, nesse médico não volto mais!” Ouvindo suas queixas, expliquei que metaplasia não é câncer e que ela somente tem é uma gastrite, que qualquer omeprazol cura. Ou seja, buscou suas próprias fontes, tirou suas próprias conclusões e passou um bom tempo apavorada com o que achava que era câncer. Não era câncer!
Meus caros internautas, nada substitui a confiança e o bom relacionamento médico-cliente. Uma boa consulta e um diagnóstico bem feito, aliado a um plano de tratamento demandam tempo. Precisamos mais de que 10 minutos para escutar o cliente, examiná-lo, solicitar exames complementares e, posteriormente, traçar o tratamento. Repito: nossos clientes estão bem mais informados sobre as doenças e sobre os possíveis melhores exames e tratamentos. Isto nos impele a estudar mais e a explicar melhor nossas condutas. Ajuda-nos a tornar melhores médicos.
O dr. Google, infelizmente, não oferece isto!
Texto retirado do site http://www.cuidardeidosos.com.br/voce-ja-consultou-com-o-dr-google/
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